segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Parêntese na Cave de Pedra



Já disse que sou encantada por Bento Gonçalves, né? Então, queria dar uma paradinha no relato da viagem à França para abrir parêntese sobre um vinho de uma uva não muito conhecida, mas segundo a querida Nadieska, realmente surpreendente, que ela provou na Cave de Pedra, em Bento Gonçalves, há poucos dias. 
Como adoro a uva Carménerè, o relato da Nadi me deixou ansiosa para provar a Egiodola, que lembraria a emblemática chilena.


Em um passeio de domingo à tarde pelo Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves, Serra Gaúcha, eu e uma amiga fomos conhecer a Vinícola Cave de Pedra.
            Na melhor parte da visita (a degustação!) provei alguns vinhos que não conhecia, entre eles o da uva Egiodola.
            Que surpresa boa! Um tinto não muito encorpado, de um vermelho rubi intenso e muito aromático! Em cada gole uma sensação diferente, variando entre frutas vermelhas e toques amadeirados. Para mim, que adoro uma comparação, lembra muito um Carménerè.
Em tempo: a Egiodola é uma uva formada do cruzamento das uvas Fer Servadou e Abouriu, duas variedades francesas.
É claro que veio uma garrafa na bagagem, além das lembranças de bons momentos e da vontade de retornar!





Então, depois desse parêntese, fica só o espaço para um ponto de exclamação mesmo! Uau!  

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Mais do mesmo: outros ângulos da Alsácia




Estou escrevendo enquanto escuto o poporopopó da Oktoberfest entrando pela janela. A música é trilha e inspiração para mais um post sobre a região da Alsácia. Essa região foi a mais disputada pela França e pela Alemanha. E essa mistura de culturas enriqueceu o lugar. Olhar para a Alsácia enche os olhos.





Todas aquelas casinhas em estilo enxaimel e os pratos alemães, a língua com sotaque alemão e a gastronomia nos levam além dos limites de Estrasburgo, nos guiam praticamente para a Alemanha. Dizem que lá em Estrasburgo foi criado o chucrute, mas, não, eu não provei.


Na verdade, o lugar tem cultura germânica e tem charme francês. Dependendo do ângulo que você olha, vai ver mais de um ou de outro.


                                                                     
A região das cegonhas e do vinho Gewürztraminer – e Gewürz significa tempero – é também um lugar rico em história, especialmente pela sua Catedral Notre Dame. Uma das mais lindas e famosas da França. Uma prova de amor do povo de Estrasburgo, que recolheu vitral por vitral, para que eles não fossem destruídos na Guerra. É uma forma generosa de preservar as riquezas para as próximas gerações. De acreditar na vida. Um jeito diferente de ver as coisas, mesmo com a guerra batendo à porta, não é?




Outro ponto imperdível é o Petit France, um bairro imperdível de Estrasburgo, com muitas casinhas típicas...alemãs. Na verdade, os alemães deram esse nome de pequena França para zoar do povo francês, porque ali ficavam isolados os casos de doenças.




Ficamos um dia em Estrasburgo. Claro que achei pouco. Porque ela é linda demais, tem muito para ver. É autêntica.

E olha, faz a gente pensar o tempo todo em ver as coisas de uma forma diferente, sabe?


sábado, 13 de outubro de 2012

No reino da Alsácia


Desde criança, os castelos habitam meus sonhos. Um amigo de um amigo contou que seus pais, uma vez, na França, dormiram num castelo. Achei lindo demais. Mas não imaginei que isso aconteceria com a gente, de surpresa, tão rápido.

Quando estivemos em Agrigento, na Sicília, Itália, num pequeno e charmoso hotel no Vale dos Templos, conhecemos uma rede de hotéis chamada Small Luxury Hotels. A partir dela, chegamos a outra rede hoteleira, com o mesmo conceito de hotéis cheios de charme, a Grandes Etapes Françaises.



Criada em 1957, a Grandes Etapes Françaises tem 10 residências de charme, no coração das mais bonitas regiões turísticas francesas. Em comum, além das mais bonitas paisagens francesas, os hotéis têm serviços com ótima qualidade e uma preservação histórica, arquitetônica e cultural.



Reservamos o hotel pela internet e quando chegamos lá, puxa, não deu para acreditar, era um castelo!


No Chateau D’Isenbourg, nos sentimos no castelo de um povoado medieval. Numa época longínqua, com uvas ao redor e o vinho da própria propriedade.




Por isso mesmo, eu estava ansiosa pelo primeiro jantar no restaurante do hotel. Escolhemos um dos menus e, em seguida, começaram a desfilar pequenos e saborosos pratos feitos com ingredientes do lugar.

O primeiro prato foi esse copinho aí, com camarão e saladinhas. Uma verdadeira delícia.


Em seguida, uma sopa fria incrível de aspargos com um salmão defumado que era puro sabor.


Então, chegou a hora do vinho: escolhemos o típico vinho da Alsácia, o Riesling. Da casa, claro, que queríamos sentir o terroir daquele lugar, que possuía mais de 5 hectares de vinhedos.
Historicamente, a uva Riesling é melhor produzida na Alemanha, mas a região da Alsácia, na França, onde estávamos, é a segunda melhor produtora.
O aroma do branco riesling Chateau Isenbourg era de flores brancas. Na boca, ficou aquele sabor de melão, com notas florais, que o aroma tinha prometido. Um espetáculo.


Para o menu, com pratos principais de carne vermelha, até seria mais indicado um vinho tinto, mas a região era de brancos e ignoramos a etiqueta. Gosto de sentir o sabor do lugar, da terra. Para mim, essa é a melhor harmonização.


No próximo prato, filé com creme de parmesão e, em seguida, vitela com  presunto de Parma, ervilhas (acho fofo chamar de petits pois), com nhoque.


Quando parecia que nem a sobremesa eu conseguiria provar, encaro um prato cheio de queijos, desde os mais frescos até os envelhecidos lindamente.
Os franceses costumam comer queijos entre a refeição e a sobremesa. Sem noção da coisa, achei que a tábua era apenas uma para a mesa e não individual e pedi vários queijos duplos, como o Brie e o Cammembert. Imagina a minha cara quando o garçom retira outra tábua e pede para o meu marido escolher seus queijos! Aqui você pode ver a minha só minha pequena tábua.


Finalmente, provando que meu estômago estava em modo elástico, ainda provei e adorei a sobremesa: sorvete, mousse de côco e ruibarbo cristalizado!


Voltamos para o quarto no castelo. E dormimos, satisfeitos, assim, com o rei na barriga.

CHÂTEAU D'ISENBOURG
68250 Rouffach, Alsace-Lorraine. France
Tel: 
+33 (0) 3 8978 5850

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A doçura da Alsácia






 A Alsácia, essa linda região com jeitinho alemão na França, foi o destino escolhido para provarmos os melhores brancos franceses. 






Acordamos cedo no Chateau D’Isenbourg e, depois de um longo e delicioso café da manhã, com os imperdíveis queijos da região, iniciamos a nossa viagem para Estrasburgo, voltando pela linda rota do vinho, entrando em várias cidadezinhas pequenas e lindas.


A Alsácia tem muitas cidades pequenas e floridas, assim como tem muitas vinícolas com degustação. É importante definir antes os locais para visitar ou você corre o risco de ficar num só lugar e perder degustações maravilhosas.

A nossa primeira parada foi em Ribeauvillé, justamente a cidade onde as abelhas fizeram mel colorido neste ano. Se você achou estranho, imagine só o apicultores, quando começaram a  encontrar mel verde, vermelho e azul!
A solução do mistério estava nas patinhas dos bichinhos: através delas, descobriram que as abelhas estavam se alimentando de M&M`s, em uma fábrica de processamento de resíduos do doce.


Foto: BBC Brasil

Ribeauvillé, mais do que mel colorido, tem vinhos com mineralidade. Sua especialidade são os Rieslings.


Escolhemos a Vinícola Kientzler e não nos arrependemos. 



Provamos dois brancos incríveis e trouxemos algumas garrafas para apreciar, assim que passar a chuva. Assim que as flores abrirem, coloridas, para as abelhas aqui do nosso jardim.




André Kientzler
Route de Bergheim, 50
Ribeauvillé
Alsácia, França

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ah, se todo branco fosse assim


Sempre gostei de vinhos tintos. A cor púrpura contra a luz, o perfume normalmente encorpado, o gosto de frutas vermelhas.
Então, quando traçamos o nosso roteiro, fiquei torcendo para sobrar um diazinho pelo menos para passarmos por Bordeaux ou Borgonha. Não deu.  


O vinho branco, para mim, nunca foi a estrela principal. Mas, ao conhecermos a Alsácia, me entreguei. Finalmente, entendi porque tem tanta gente apaixonada pela versão branca do vinho.




A região da Alsácia, divisa da França com a Alemanha, é produtora dos melhores vinhos brancos franceses. A sua especialidade são os vinhos feitos de uvas brancas e não o vinho feito com uva tinta sem casca.




 Os dois maiores destaques são o Gewürztraminer, que tem um delicioso perfume floral e alto teor de açúcar, e o Riesling, seco e aromático. As uvas são cultivadas em quilômetros e quilômetros de vinhedos, em centenas de pequenas - e muitas vezes familiares - vinícolas, nos contornos das pequenas e floridas cidades da região.




Os vinhos são nobres, perfumados, encorpados, incríveis.

Depois da Alsácia, na hora de escolher o vinho do jantar, pode dar branco.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Para onde os sonhos te levam

Para onde os sonhos te levam

A região da Alsácia, divisa da França com a Alemanha, é daquelas que você não quer nem piscar quando passa. Olhos em alerta. Não dá para perder nadinha.


Saímos de Verdun, na França, com os olhos tristes, comovidos com os memoriais da Primeira Guerra. De repente, a paisagem começou a mudar. A Alsácia nos devolveu a delicadeza e o sorriso no canto da boca: é a região mais linda da França!


Passamos por dentro de florestas, com muitas curvas e estradas com vinícolas. Caímos direto na rota do vinho, pontuada por várias cidades pequeninhas e encantadoras, onde tem até ninhos de cegonhas nas chaminés. A arquitetura alemã está por toda parte e nem a chuvinha que cai leva a beleza daqueles vilarejos.


Quando chegamos ao hotel escolhido e reservado pela internet, não acreditei: era um castelo lindo, contornado por vinhedos! O nome do lugar é Chateau D’Isenbourg.




A nossa reserva, mais módica, era para o anexo da casa (a “dependance”, como dizem lá), mas sobrara quarto no castelo e nos convidaram a ficar lá.
Para finalizar a noite, nos esperava no quarto uma mesa de delícias da Alsácia, como frutas, geleias e o vinho branco
feito ali mesmo.


Diante de tanta beleza e delicadeza, meus olhos em alerta agora se fecham. Mas o sorriso no canto da boca. Ah, esse ficou.




CHÂTEAU D'ISENBOURG
68250 Rouffach, Alsace-Lorraine. France
Tel: +33 (0) 3 8978 5850