segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

La Befana e o espírito de natal

Hoje recebi um cartão de Buon Natale da minha professora que morou na Itália. Há um ano atrás, passávamos um Buon Natale lá, acompanhados do fantástico vinho italiano. É sensacional saber que, em qualquer restaurante que você vá, pode pedir o vinho da casa que será bom.

Esse Buon Natale me lembrou da bruxa Befana, que antigamente era quem levava os presentes para as crianças na Itália. A historinha dela era mais ou menos assim:

Os três Reis Magos pararam na casa de La Befana no seu caminho para Belém e pediram que ela os ajudasse a encontrar o menino Jesus, voando em sua vassoura. Ela recusou-se. Pois precisava limpar a casa.

Depois de algum tempo, ela arrependeu-se de não ajudar os três Reis Magos e, aflita, juntou um presente para encontrar o menino. No entanto, ela não conseguiu encontrar os reis Magos, nem o Menino Jesus. Desde então, todos os anos, nessa época, ela deposita presentes para todas as crianças de todas as idades, pensando que possam ser o filho de Deus.
Mas, quem não se comporta ganha carvão.
Então, nessa semana do Natal, que La Befana só traga coisas boas. E, se trouxer carvão, bem...vamos ter que fazer mais churrascos, não é mesmo?

Feliz Natal!

domingo, 27 de novembro de 2011

Mais claro

Ontem, chegávamos de uma jantinha com as crianças e, ao descer do carro, olhei para o jardim e vi os primeiros vagalumes desse ano. É no entardecer que eles vêm. Nas noites quentes de primavera e de verão, se você olhar um pouco em direção ao verde, no meio das árvores, lá estão aquelas luzinhas de natal naturais, como diziam minhas filhinhas, quando eram menores.
Entrei apenas para buscar um cálice do Merlot Rose Sunrise, que estava refrescado, e retornei para o jardim. Sentei lentamente no escuro, nos degraus e, enquanto apreciava aquele vinho frutado, olhava as luzinhas voadoras acendendo e apagando. Alguns bichinhos eram mais rápidos, outros mais lentos, com luzes mais fortes e mais suaves, faziam um balé bonito e pirotécnico no pergolado.
O Du veio se juntar a mim e ficamos um bom tempo ali, enquanto a Lua aparecia no céu e se alinhava com Vênus. Nessa hora, entre um golinho e outro, ficou claro o quanto era tão bom admirar as coisas simples da vida. Pois é, foi uma luzinha que se acendeu.

domingo, 6 de novembro de 2011

Tim-tim aos amigos

Minha querida amiga Elisete viajou e me enviou esse depoimento, bem do estilo do Primeiras Rolhas. Ela conta da experiência em Trier, na Alemanha, e da delícia de provar um Riesling alemão feito com as videiras antigas, plantadas nas margens do Rio Mosela, pelos romanos. Acompanhe abaixo o bacana relato dela:


"O vinho alemão com essência romana

A cidade de Trier, fundada pelos romanos no ano 16 antes de Cristo como Augusta
Treverorum, é a cidade mais antiga da Alemanha.



Ao chegar no hotel, minha primeira admiração é Porta Nigra, grande muralha
construída pelos romanos, utilizada como entrada da cidade no ano 180 d.C.
Pertence ao Patrimônio Cultural da Humanidade, juntamente com as outras ruínas
romanas: o Anfiteatro, a Catedral de São Pedro e Igreja de Nossa Senhora, as
Termas do Imperador e de Santa Bárbara e a imensa Basílica de Constantino.

Banhada pelo rio Mosela, que é sinônimo de vinho, o que não negam suas belas
margens repletas de vinhedos, Trier apresenta uma paisagem que nos revela a
presença romana por onde passamos.

No Museu da Renânia encontra-se uma escultura de grande valor histórico,
encontrada numa das cidadezinhas à beira do Mosela: ela é a mais antiga prova de
que os romanos, no começo do último milênio, já transportavam vinho em barris
pelo Reno.



Percorrer Trier é uma incrível fascinante viagem ao tempo.

E nesta minha primeira viagem a cidade de Trier na Alemanha, por muitas vezes
admirada, meus pensamentos viajaram para descrever a noite do dia 29 de
setembro a qual dedico ao Primeiras Rolhas.

A noite acontece bem próximo a Basílica de Costantino no restaurante Cumvino, o
qual além de oferecer um menu tipicamente alemão, nos oferece uma degustação
de vinhos inesquecível.

E depois de experimentar toda a carta de degustação do dia 29.09.2011 a rolha de
Trier é o Trittenheimer Apotheke Riesling, um vinho branco ano 2009, de uvas das
margens do Mosela. Um demi-sec aromático com sabor de frutas cítricas. Perfeito!



Mas o "ar romano" da cidade não se resume às ruínas e ao bom vinho servido na
gastronomia: quem visitar Trier poderá experimentar iguarias preparadas conforme
as antigas receitas do cozinheiro romano Apicius. A cozinha romana se destaca pelo
uso refinado de ervas, o uso de vinho e mel, um equilíbrio agridoce dos sabores.

Voltando ao Cumvino, a entrada foi uma manteiga muito leve com uma mistura
de ervas para ser degustada com alguns tipos de pães. Muito simples, mas de um
sabor maravilhosamente romano.



Para jantar, escolhi o tradicional filé com batatas e cogumelos frescos. Agradeci ao
romano Apicius toda a herança deixada nesta receita.



No Cumvino, também experimentei uma torta de marzipan, tipicamente
alemã. Leve e delicada, eu poderia comer mais uma fatia, mas o vinho
Apotheke havia me conquistado e pedimos outra garrafa para finalizar a
noite."



Zétinha, fiquei encantada com a sua experiência e doida para provar o meu Riesling. Sim, porque, acreditem, ganhei uma garrafa, trazida com todo carinho, desse vinho incrível que é o Trittenheimer Apotheke Riesling. Tim-tim, amiga querida! E obrigada.

CUMVINO – Weinrestaurant - Gutsweinverkauf - Gartenlokal
Endereço: Weberbach 75,
54290 Trier – Alemanha

domingo, 30 de outubro de 2011

Enchendo os olhos, até as bordas


Fonte: www.paulobackes.com.br

Paulo Backes e Fábio Del Re são dois fotógrafos que amam vinhos. Nas suas viagens por vinhedos e vinícolas, trazem incríveis imagens (e imagino que algumas garrafas também). Se você gosta de encher os olhos com lindos vinhedos, uvas, vinhos e vinícolas, dê um pulinho aqui no site do Paulo Backes

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os destinos de quem ama vinho

Se você gosta de vinhos e quer conhecer lugares incríveis, comece por essas fotos aqui
Enlouqueci com a foto da Toscana, na Itália, e do Valle do Colchágua, no Chile. E tenho certeza que existem imagens mais lindas da Serra Gaúcha, como essa aqui:



A Serra Gaúcha é linda!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Taormina, Savoca e Caltagirone

Se o Hotel San Domênico encerrou a noite com seu jardim maravilhoso, também abriu o dia surpreendendo. Tomamos o melhor café da manhã do mundo no San Domênico. Eram três mesas cheias de delícias. O primeiro prato claro que veio abarrotado: a cada nova descoberta, uma porção, um pedacinho. Já nos demais pratos (só consegui parar no terceiro), fui bem mais criteriosa, posso assegurar a você.



Para você ter uma idéia, além de frutas, sucos, iogurtes suíços, queijos, presuntos, omeletes, tortas, doces, diversos tipos de pães e geléias, tinha salmão e espumantes. Sicilianos, é claro. Para ficar totalmente satisfeito, o café era servido num terraço altíssimo e lindo, com trepadeiras e uma vista para o mar. Inesquecível. Foi difícil levantar e sair para Savoca.

Savoca é uma cidade da Idade Média bem típica e pouco turística. Em Savoca foi filmado o Primeiro Poderoso Chefão.



O incrível é que o Bar Vitelli continua funcionando na pracinha central e está à disposição de quem quiser sentar à sombra e tomar uma birra italiana, depois de usar um boné de mafioso e fazer pose com uma arma de madeira na entrada do bar.



Em Savoca, também está a igreja, construída em 1308, que serviu de locação para o casamento dos personagens Michael Corleone e Apollonia.



A verdade é que depois daquele café da manhã, a próxima refeição teria que ser a janta, sem dúvida. Por isso, decidimos ir direto para o agriturismo em que ficaríamos hospedados. O Vecchia Masseria Charme e Relax tem um dos jantares mais famosos da região.

Esse opção de hospedagem não era oferecida pelo site Hoteis.com. Por isso, negociamos por e-mail diretamente com os proprietários, que foram super gentis. O lugar é incrível, no meio do nada, com um solo inacreditavelmente branco. Os pneus do carro e os meus tênis pretos ficaram grisalhos.



Chegamos a Vecchia Masseria e fomos conhecer o lugar. Cuidado: na recepção deserta dorme um rottweiler soltinho da silva. Silenciosos como entramos, saímos, observados apenas pelo branco do olho do bicho. Afe.
Mas nem tudo foi aperto na Vecchia Masseria. Na piscina, todos os drinks estão incluídos na hospedagem. Tomei uma tacinha da uva do início da viagem, a Inzolia, vendo aquele pôr-do-sol lindo. Sabe uma sensação incrível de paz? Pois é, isso mesmo.



Bem, voltando ao jantar. Ele é preparado exclusivamente com produtos da Sicília, cultivados na própria fazenda. Os chefes são os próprios proprietários, Stefano Golino e o seu filho, Phillipe. Eles já participaram da abertura de 34 restaurantes em todo o mundo.



O menu gourmet custa apenas 28 € por pessoa e inclui 5 deliciosas entradas, um prato principal com massa, um segundo prato com carne, legumes, frutas, sobremesa, vinho e água. A cada prato, mais sabores. Não sei dizer qual foi o melhor, mas eu comeria mais um prato daquele queijo temperado ali, fácil, fácil.



Na Vecchia Masseria, também comemos os mais deliciosos canolis da Sicília, tenho certeza absoluta, embora não tenha provado outros. Decidi que depois dos canolis da Vecchia Masseria não haveria nenhum mais. E acho que foi uma decisão acertada, já que os que vi em outras cidades não pareciam em nada com aquela experiência gastronômica.



Ah, então, o que são canolis? Canolis são tubos de massa frita com ricota, casca de laranja cristalizada, pistache e chocolate. São crocantes e doces na medida certa. Naquela noite, tive que pedir mais um e recebi dois, numa bandeja. Ah, para minha alegria também tinha canolis do café da manhã. Comi mais três naquela manhã. Tenho certeza que até sonhei com esses doces na noite em que dormimos lá.

No final do jantar, Philippe gentilmente nos ofereceu outra iguaria, um licor feito com uma erva digestiva, chamada Finocchio. Provamos e, para nossa surpresa, era licor de funcho! Contamos que fazíamos chá com essa erva no Brasil e ele ficou impressionado.




Vecchia Masseria Charme e Relax
Endereço: C/da Cutuminello Km 68 S.S. 117 bis
95041 Caltagirone (Catania)
http://www.vecchiamasseria.com/

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Taormina, um lugar para conhecer antes de morrer

Tomamos um café da manhã olhando o mar Tirreno, com as baterias recarregadas pelo azul e branco de Panarea. Também pela deliciosa noite anterior, no porto, com luzes sutis, som ambiente – inclusive música brasileira (somos conhecidos pelo futebol, pela música e pela Gisele Bünchen), Passamos um bom tempo ali, degustando um gelato e a visão do Vulcão Stromboli (que, ao contrário do que estava no livro 1000 Lugares Para Conhecer Antes de Morrer, de Patrícia Shultz, não faz barulho à noite, mas apenas quando solta fogo). Agora, era hora de voltar para Milazzo, pegar o carro e continuar a nossa viagem.



Na viagem para Taormina, cidade que também faz parte dos 1000 Lugares Para Conhecer Antes de Morrer , contornamos o maior vulcão europeu em atividade e vimos a terra preta de lava do Etna. Ali, vinhedos contornam o vulcão e se planta a uva Nerello Mascarese e outras uvas.

Chegamos à maravilhosa Taormina. À tarde, visita ao Teatro Greco-Romano. Lá acontecem shows como U2 e Joe Cocker, além de já ter sido locação, por 3 semanas, de um dos filmes da trilogia Missão Impossível, com o Tom Cruise. Tem uma super vista do mar e do Etna. Ô lugar lindo, viu?




Depois de prender a respiração com o teatro, dá para caminhar pela rua que tem as lojas e os restaurantes, que é a Corso Umberto I. É uma delícia passear por ela. As lojas de cerâmica e artesanato, para quem gosta, valem uma visita.

Ali mesmo, fica o pequeno e charmoso restaurante Al Duomo, como o próprio nome diz, perto da igrejinha. Também fica próximo da linda porta da cidade. O Al Duomo tem um menu bem siciliano, mas transforma receitas simples em requintadas, sem perder a alma. Jantamos um maravilhoso Sarde alla Beccafico, que é um prato bem típico, feito de sardinhas frescas enroladas, passas, alcaparras, com folhas de louro, pão, açúcar e suco de limão. O prato é nomeado por causa do Beccafico, um pássaro que come figos quando eles estão no ponto certo de amadurecimento e, portanto, é considerado um gourmand da natureza. O passarinho sabe o que é bom.




Tomamos um vinho branco com a uva siciliana Zibibbo, o DonnaFugata Lighea. É um vinho seco, muito aromático, com cheirinho de rosas brancas e sabor de pêssego e frutas cítricas. Ficou perfeito! Passamos numa loja de vinhos e pedimos um DonnaFugata para viagem.




O hotel escolhido faz parte da categoria Pé na Jaca: o San Domênico existe desde 1.600 e é considerado um dos hotéis mais românticos da Itália. Ele fica na beira do penhasco que é a cidade de Taormina. Engraçado que a parte baixa, menos valorizada, é onde se encontra o litoral. Como naquela altura, o que menos se pensava era em praia, não ligamos muito.



O atendimento no San Domenico é incrível. Você chega e é pedido que você esqueça a bagagem, a chave do carro, tudinho. Eles cuidam de tudo mesmo. O quarto é arrumado duas vezes por dia e você deveria ganhar um mapa quando chega, para não se perder nos imensos corredores do lugar que já foi um mosteiro e guarda muitas peças da época. No banheiro, os produtos maravilhosos da Acqua di Parma, com cheirinho de limão siciliano.



Lá tem SPA (onde fazer as mãos custa 50 euros e a depilação 100 euros!) e também um jardim central que fica mais lindo ainda à noite e onde não se pode deixar de pedir um drink, que vem acompanhado dos mais deliciosos biscoitos sicilianos. A melhor pedida para encerrar uma noite perfeita.




Al Duomo
Vico Ebrei II
Piazza Duomo
www.ristorantealduomo.it

Taormina Hot San Domenico Palace
Endereço: Piazza San Domenico 5 98039
http://sandomenicopalace.hotelsinsicily.it/

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Panarea, abençoada pelos deuses

Tomamos o bom café do hotel em Milazzo, Sicília, na Itália, deixamos as malas no carro, levando apenas uma mochila nas costas e pegamos nosso barco para a ilha de Panarea.

A viagem dura uma hora e meia e passa por Vulcano e Lipari, dependendo do trajeto. Tivemos que pegar outro barco em Lipari. Fique atento, porque nem sempre avisam onde param e, quando é sinalizado, é no grito mesmo.

Chegamos em Panarea e tinha um veículo do hotel para pegar as bagagens. Ele não acreditou na nossa mochila tão pequena.



Panarea é uma das ilhas Eólicas, ou seja, as ilhas de Éolo, o Deus do Vento. Palavra que também denomina a energia obtida com a força do vento, a energia eólica.
É muito forte essa ligação da Sicília com os deuses gregos e toda a sua mitologia. O povo dali acredita que os deuses mitológicos como Deméter, Perséfone, Vulcano, Aretusa e Apolo, realmente viveram lá. Esse é mais dos motivos para que você caia de amores pela Sicília.
Em Panarea, com aquelas casinhas brancas no morro, dava para se sentir na própria Grécia.




Não perdemos tempo: logo nos acomodamos no hotel e fomos almoçar no Da Francesco, de frente para o porto. Comida bem caseira, simples e deliciosa. Pedimos polpettine de berinjela de entrada, diferente, macia, quase uma pasta com casquinha crocante por fora. Também pedimos flores de abobrinha fritas. Depois, comi uma massa ao pesto com pedacinhos de abobrinha e frutos do mar, que se chama Pasta Panarea. O lugar é super barato e delicioso.



Da Francesco
Via San Pietro (em frente ao porto, vai subindo escadinhas, passando por pátios e seguindo as plaquinhas, que você acha)
http://www.dafrancescopanarea.com

À tarde, exploramos a ilha e provamos a granita, um sorvete simples, que é feito derramando sabores como café, limão e leite de amêndoas sobre o gelo granulado. A granita de amêndoas é ótima e combinou com o calor de 40 graus.

O hotel era bom, mas acho que todos os hotéis de Panarea são bons e bonitos (e só funcionam 4 meses por ano). Naquele lugar, com aquela vista, acho difícil que tenha algum hotel ruim. O valor da diária era bem honesta e ficamos super satisfeitos.




Para o jantar, fomos ao restaurante Hycesia. O único erro gastronômico da viagem. Confesso que me encantei com o nome do restaurante, que é o antigo nome da ilha de Panarea e com a verdadeira bíblia que era a sua carta de vinhos. Mas, dessa vez, nos enganamos.





Não podemos reclamar da entrada (uma versão chique e deliciosa do polpettine) e do vinho (que era um Maria Constanza, um branco delicioso da região de Agrigento), nem do divino Arancini, que é uma bola de arroz de açafrão com ragu de tomate (ou carne ou queijo), empanada e frita e que leva esse nome porque se assemelha a uma laranja. Mas os pratos principais decepcionaram demais. O meu pedido foi um ragu comum demais e parecia ter sido feito com molho pronto. Pronto, falei.








Hycesia
Via San Pietro - Panarea
Para jantar em Panarea, talvez aconselhássemos o restaurante Broccia, que é parte do Hotel Quartara, na mesma rua. Ficamos em dúvida entre os dois e, bem, perdemos a aposta. Boa sorte para você.

Broccia
Via San Pietro (também na Via San Pietro. É quase tudo nessa rua mesmo, hehehe) - Panarea

Noite no Best Western Hotel Lisca Bianca
Endereço: Via Lani 1 Panarea 98050



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Primeiras rolhas sicilianas

Dormimos nossa primeira noite sob a incrível lua da Sicília, Itália. Saímos cedinho de Palermo para Milazzo. Mas antes passamos em Bagheria, onde foi filmada uma parte do Poderoso Chefão. Lá conhecemos a morada do príncipe da Palagônia. Um lugar que Goethe descreveu como sendo parte de uma arquitetura meio doida, em parte pelas inusitadas estátuas nos telhados.



No mesmo dia, fomos conhecer Corleone (onde descobrimos que a cidade só batizou o personagem principal de O Poderoso Chefão e não tem maiores atrações).
Antes de irmos ao nosso destino, Milazzo, ainda passamos em Cefalu, que é uma charmosa cidade litorânea na Sicília. Sua igreja é herança árabe e suas lojinhas de artesanato são muito bacanas.





Chegamos à tardinha em Milazzo. Para uma cidade portuária, é limpinha e bem bonitinha mesmo. O hotel é charmoso e tem vista para o porto.



Jantamos no Ristorante Piccolo Casale, da chef Gaetana Marzini. Provei uma massa fresca com frutos do mar e o Du comeu Taglia de Tonno, um prato frio típico da Sicília, que é feito com finas camadas de atum defumado, com azeite de oliva e um pouco de pão bem crocante.







No Piccolo Casale, fizemos uma deliciosa degustação de vinho a apenas 15 euros. São três taças: Chardonnay (o mais incrível que já tomamos, superando os chilenos e me fazendo esquecer a implicância com essa uva), Nero D`Avola (que é a uva tinta emblemática da Sicília) e, por último, Inzolia.









A Inzolia é uma uva branca, com aroma de amêndoas (ou nozes), um pouco frutado, que nos lembrou a Viognier francesa. Essa afirmação só fez o chef Franco balançar a cabeça. Para o povo da Sicília, claro que a uva siciliana (ou tchitchiliana, como os italianos dizem) é a melhor. E, por menos que eu entenda de vinho, eu realmente preciso concordar.

Piccolo Casale
Via R.D`Amico, 12
www.piccolocasale.it


Hotel Cassisi Milazzo
Endereço: Via Cassisi 5
Milazzo 98057 It



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sicília, no céu



Conhecer a Sicília, na Itália, virou nosso sonho tão rápido quanto virou realidade. Por isso, não deu para acreditar que já estávamos chegando na ilha da pontinha da bota, onde moraram todos os deuses gregos, aqueles seres mitológicos com histórias incríveis.

Quando pousamos em Palermo, mesmo já tendo anoitecido, vimos que o lugar era lindo. A baía estava iluminada de pontinhos amarelos e podíamos ver morros em volta. A lua cheia era imensa mesmo, linda demais. Aliás, durante todas as noites da viagem, achei que a lua ficava mais perto do chão da Sicília do que em outros lugares. Pode ser até que eu estivesse embriagada pelo clima do lugar (ou pelos seus vinhos mesmo).
Pegamos o carro ali mesmo no aeroporto. Uma van leva a um estacionamento com várias empresas de aluguel. Havíamos deixado o veículo já reservado, através de uma agência de turismo. Então, fomos até a Avis e retiramos nosso carro, para ir ao hotel. Levamos dois GPS com mapas diferentes e já havíamos salvo ali nossos hotéis e destinos. Levamos também os mapas impressos e o roteiro que criamos, com os pontos que gostaríamos de visitar.

O mais bonito e turístico em Palermo são os mosaicos da Catedral Monreale (a alguns quilômetros ao sul de Palermo) e o Palazzo dei Normanni, que abriga o parlamento siciliano, e é uma maravilhosa mostra da arquitetura dos tempos normandos. Dizem que os mosaicos ficam num bairro meio barra pesada. Nós não visitamos. Chegamos à noite, bastante tarde, e decidimos descansar para nos preparar para o que você vai ler nos próximos posts.




Em tempo: antes de conhecer a Sicília, fizemos uma imersão: reli “Um certo verão na Sicília”, de Marlena Di Blase, e assistimos a uma maratona de O Poderoso Chefão , de Coppola.

Noite no Palermo Hotel Mercure Centro (Hoteis.com)
Endereço: Via Stabile Mariano 112
Palermo 90139

domingo, 22 de maio de 2011

A busca pelo sagu perfeito no Vale dos Vinhedos

A Pousada Borghetto Sant`Anna é tão encantadora que fica até difícil abandoná-la. Mas tínhamos o Vale dos Vinhedos para explorar, então, ao entardecer, fechamos a cabana e saímos para ver o sol se pôr nos vinhedos gaúchos.



É lindo ver o dourado pousando nas folhas. Percorremos o vale e nos surpreendemos com a beleza dos parreirais, muitos pontuados por plátanos e outros com roseiras, que seriam plantadas nos vinhedos porque identificaria rapidamente, se houvesse alguma praga.











Já era 19h e a luz se fora. Decidimos jantar mais cedo. Fomos para o tradicional restaurante Canta Maria. Jantamos comida típica italiana, claro. Uma delícia.







O vinho escolhido foi o Merlot, claro, a uva emblemática do nosso querido Vale dos Vinhedos. Tomamos um Merlot Pizzato, safra 2007. Aveludado, macio, cheiroso de frutas vermelhas maduras. Perfeito.





O atendimento também era espetacular. Quando peguei a câmera para tirar a foto do vinho, o garçom apareceu no mesmo instante, para fazer a foto da família, hehehe. E olha, a foto ficou ótima. Um pouquinho de manejo com a câmera tinha que fazer parte do treinamento dos garçons de hoje. É um bom diferencial. Aliás, eu queria muito saber quem treina os garçons do Canta Maria. Fiquei encantadíssima com o atendimento. Impecável.
Posso não ter perguntado quem costuma fazer o treinamento dos garçons, mas a receita do sagu, eu pedi. O garçon voltou da cozinha com uma lista de ingredientes que incluía um garrafão de vinho bordô e um saco de sagu, mais especiarias e açúcar, e dizia que aí era só cozinhar, como se faz com sagu, ué, com uma carinha de que todos nós sabemos os procedimentos de um sagu. Mais ou menos como se faz arroz, todo mundo sabe. Claro, é muito simples, os gringos dizem. E eu sigo tentando acertar. A minha busca pela receita do sagu perfeito não terminou.
Mas o sagu perfeito, nós achamos, com certeza: é o sagu da Canta Maria!



Restaurante e Armazém Canta Maria
RST-470, Km 17 - ao lado da pipa-pórtico de Bento Gonçalves
54 3453.1099
http://www.cantamaria.com.br/