quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Paixão pelas uvas é coisa de pele

Com a chegada do verão, escolhi um hidratante que deixasse a minha pele macia e que lembrasse os deliciosos vinhedos: é o souflê hidratante Vinhedos da França, da Avon.
As propriedades antioxidantes da uva protegem a pele dos radicais livres, melhoram a elasticidade da pele e até a circulação.
Isso não é nenhuma novidade, já que o uso da uva e do vinho nas formulações estéticas já acontece há 30 anos na Europa.
Essa loção hidratante para o corpo tem extrato de semente de Chardonnay da França e extrato de vinho tinto da Califórnia. E o melhor é que não precisa nem saca-rolhas.



A promessa é deixar a pele mais jovem. Afinal, quanto mais velho melhor, se refere apenas ao vinho, não é?

domingo, 14 de novembro de 2010

Almoçando com a Família Zuccardi II

Depois da tour e visita à incrível loja da Bodega da Família Zuccardi, em Mendonza, na Argentina, fomos almoçar no Restaurante da Bodega, que fica no meio dos vinhedos.





O cardápio escolhido começava com uma surpreendente salada de tomates cereja com água de rosas, ervas e sorvete de damasco. Que maravilha, gente. Para ficar ainda mais perfeito, um galhinho de estragão acentuava o sabor. Quase me ajoelhei nessa hora. Como acompanhamento, o espumante brut Alambrado.



A entrada era um prato com carne de cabrito. Na realidade, não curto muito carnes exóticas. Mas o prato veio tão lindo e cheiroso, que tive que provar. Tirando o gosto forte da carne, bem característico do cabrito, o ravióli com gergelim, o molho de queijo de cabra e o purê de moranga estavam memoráveis. Para acompanhar a entrada, um Chardonnay Santa Julia, que com certeza é dos mais gostosos para quem curte esse varietal.



O prato principal era uma carne de terneiro com ervas, mini-abobrinha em flor, um canelone de morcília que era simplesmente divino, finalizado com um raminho de alecrim (o cheirinho da nossa casa...aumentou a saudade). Como estrela do momento prato principal, foi servido um Santa Julia Malbec Magma, série A. Casou lindamente.



Depois do prato principal, foi servido um pisco feito com o vinho do porto da Família Zuccardi, o Malamado. O nome é sensacional, mas todo mundo amou.
A seguir, uma deliciosa e refrescante sangria branca, com melancia, moranguinhos, melão e maçã verde foi colocada na mesa, acompanhada das mais doces uvas verdes que já provei. Sangria e Pisco na mesma refeição foi demais pra mim. Eu não estava acreditando.


Cheguei sem fôlego à sobremesa: mouse negro com framboesas, sorvete e calda, acompanhados de bem amado, digo Malamado branco.





A nossa parada de meia hora virou quatro horas. O tempo passou muito rápido, mas parece que foi pouco para todas as delícias da Família Zuccardi. Imperdível.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Almoçando com a Família Zuccardi

Fizemos a tour e conhecemos a Bodega da Família Zuccardi, em Mendoza, na Argentina. Lá, 30% da produção é certificada como orgânica.



Os vinhos são deliciosos e, ao contrário do que aconteceu na Casa Silva, no Chile, conseguimos identificar a clara diferença entre Reserva e Gran Reserva.



Na Bodega Família Zuccardi, também provamos um vinho feito com uvas que amadurecem mais tarde, colhidas bem depois das outras, para que fique bem doce: o nome do vinho é Tardío. É um vinho branco que lembra o Viognier, mas, ao contrário dele, é mais fresco e nada licoroso.



Uma das cepas que está se destacando na região de Mendoza é Tempranillo. Um vinho tinto que leva o gosto para a ameixa, encorpado, muito gostoso. Trouxemos uma garrafa do Santa Julia, para provar a nova especialidade da terra do Malbec.



Bem, a nossa meia hora acabou se estendendo e decidimos almoçar por lá. Soubemos que a Família Zuccardi tinha um restaurante no meio dos vinhedos. Atravessamos os parreirais e chegamos a uma linda casa.



O Du, como tinha que dirigir, acabou optando pelo cardápio menos etílico, o regional, com empadas mendocinas na entrada e parrillada com salada. Nós três escolhemos o cardápio harmonizado da casa, cheio de pratos maravilhosos, mas que prometia uma experiência gastronômica única.


Família Zuccardi
Ruta Provincial 33
KM 7,5
Maipú, Mendoza
(54) 261.4410000
http://www.familiazuccardi.com/

sábado, 30 de outubro de 2010

Sem destino, ou melhor, a gente escolhe o destino

Depois de uma manhã com banho gelado no Gran Hotel Uspallata, de um café da manhã muito ruim e pelo menos aproveitado para mandar alguns e-mails para as pessoas queridas, pegamos a estrada.
A idéia era chegar ao Brasil ainda nesse dia, mas as placas indicando a Vinícola Família Zuccardi nos pararam. A Família Zuccardi nada mais é do que a produtora dos Vinhos Santa Julia que tomamos na noite anterior e em Mendoza, na primeira noite. O Du me perguntou: quer ir lá? Nem pisquei. Claro que sim. Ele comentou que meia hora não faria diferença nos nossos planos e rumamos para a fábrica do Santa Julia.



Para nossa sorte, não precisava reservar. O lugar era encantador e a próxima tour começava em 20 minutos. Tudo parecia tão perfeito. Enquanto aguardávamos, conhecemos a loja.

Tinha desde perfumes de Malbec e Torrontes (essa uva acabamos provando na degustação e lembrou aquele gostinho amarguinho do final do CHardonnay) até degustação de incríveis azeites de oliva.



Achei os pôsteres incríveis. Dá para diferenciar a uva de cada cepa. Dá uma olhadinha:

















A visita estava só começando. Mas eu já havia caído de amores pela Família Zuccardi. Que ótima indicação das placas da rodovia.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sensação de ficar

Demoramos mais que o esperado em Isla Negra, a casa mais encantadora de Pablo Neruda no Chile. A travessia da Cordilheira não deveria ser feita à noite, mas o atraso e a demora nas filas para sair do país nos deixaram passar los caracoles nas sombras.
Praticamente caímos dentro do primeiro hotel depois da travessia dos Andes.



Por fora, até que era bacana. Mas, cá entre nós, mesmo se não tivesse uma fachada mais ou menos, estava valendo. O Gran Hotel Uspallata ficava num lugar lindo, mas nem água quente tinha no quarto.



O que salvou o jantar foi o delicioso Santa Julia Malbec. Aquele mesmo que tomamos em Mendoza, no início da viagem. Agora, tínhamos um pouquinho de parâmetro e concordamos que os vinhos chilenos provados tinham mais corpo e aroma que o malbec argentino Santa Julia.
Mas, o Santa Julia fez a nossa viagem demorar um pouquinho mais. Mais ou menos como gosto de vinho bom, que fica na boca. No próximo post, eu conto.

domingo, 3 de outubro de 2010

Sem Neruda nananinaninha

Só posso pensar numa expressão bem gaúcha para expressar o sentimento de deixar a terra do maior poeta chileno sem conhecer a sua casa mais linda: mas, é bem capaz! No nosso último dia no Chile, corremos para Isla Negra, conhecermos a casa mais incrível de Pablo Neruda.
Na chegada, uma das mais marcantes poesias, o seu autorretrato:



Por mi parte, soy o creo ser duro de nariz,
mínimo de ojos, escaso de pelos
en la cabeza, creciente de abdómen,
largo de piernas, ancho de suelas,
amarillo de tez, generoso de amores,
imposible de cálculos,
confuso de palabras,
tierno de manos, lento de andar,
inoxidable de corazón,
aficionado a las estrellas, mareas,
maremotos, administrador de
escarabajos, caminante de arenas,
torpe de instituciones, chileno a perpetuidad,
amigo de mis amigos, mudo de enemigos,
entrometido entre pájaros,
mal educado en casa,
tímido en los salones, arrepentido
sin objeto, horrendo administrador,
navegante de boca
y yerbatero de la tinta,
discreto entre los animales,
afortunado de nubarrones,
investigador en mercados, oscuro
en las bibliotecas,
melancólico en las cordilleras,
incansable en los bosques,
lentísimo de contestaciones,
ocurrente años después,
vulgar durante todo el año,
resplandeciente con mi
cuaderno, monumental de apetito,
tigre para dormir, sosegado
en la alegría, inspector del
cielo nocturno,
trabajador invisible,
desordenado, persistente, valiente
por necesidad, cobarde sin
pecado, soñoliento de vocación,
amable de mujeres,
activo por padecimiento,
poeta por maldición
y tonto de capirote.

É prudente reservar lugar, porque tem muita procura e as visitas são guiadas. Pode-se fazer isso no site: http://www.fundacionneruda.org/



O escritor Chileno não possui somente uma obra poética magnífica, também teve uma vida muito rica e interessante. Foi diplomata em vários pontos, conheceu pessoas influentes e apaixonou-se pela cultura de muitos lugares.



Os objetos das suas andanças estão na Isla Negra: são mais de 3.500 objetos e máscaras indígenas, garrafas de várias cores – ele acreditava que davam outra energia aos líquidos-, garrafas com navios dentro, fotografias, animais, instrumentos de navegação, mapas mundi, conchas, peixes.




Lá tem também uma típica garrafa de areia do nordeste brasileiro, dada por seu amigo Jorge Amado.



Logo que comprou a casa, que era apenas um cômodo, colocou uma âncora lá, sinalizando a grande vontade de permanecer nesse lugar. Cada pequena peça tinha um grande significado para Neruda. Era apaixonado pela vida e pelo mar. Mas tinha um barquinho no seco, para tomar seu vinho ali, olhando o mar de longe, porque, ele dizia, que era mais seguro.



Neruda também era encantado com as carrancas de navios. Ele levava todas para a sua sala. Uma delas, especialmente, lhe chamava a atenção: como tinha sido esculpida com madeira verde, costumava suar quando ele acendia acendia a lareira e o calor a alcançava. Ele costumava dizer, enquanto sorvia o vinho frente à lareira, que ele estava no lugar certo, mas que a caranca estava chorando de saudades do seu lugar, o mar.
Como não se pode fotografar a parte interna da casa, achei a imagem e colei aqui:



Fonte: site vitruvius

No quarto, uma das paredes é feita de vidro, com vista para o mar. A mesma vista em que ele foi enterrado lá, junto com o maior amor da sua vida, a sua Matilde, La Chascona (“a escabelada”, como carinhosamente a chamava, pelos seus cabelos desgrenhados).



Depois da visita, fomos ao restaurante do lado, comer o seu prato favorito, o caldo de Côngrio, que ele eternizou em um poema. Se tornar imortal é se deixar conhecer.



Com esse gostinho na boca, partimos em direção à Cordilheira dos Andes, atrasados para fazer todo o trajeto com a luz do dia, mas com os olhos marejados, como a carranca que chora.

Casa Isla Negra
http://www.fundacionneruda.org/

Horario de atención

De martes a domingo de 10 a 18 horas.

Tour en español: $3.000 por persona.

Tour en inglés: $3.500 por persona.

Estudiantes y tercera edad con credencial: $1.500 por persona (sólo chilenos, de martes a viernes en día hábil).

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Primeiras rolhas e Viña Del Mar II

Então, estávamos em Viña Del Mar, no Chile. A noite que começou num restaurante mexicano com mojitos e margaritas, acabou no Pescado Capital, entre um prato inusitado e um Pinot Noir maravilhoso!



O prato escolhido foi o Pulmay, que, segundo o cardápio, demorava cerca de 45 minutos (meeedo quando o cardápio avisa a demora, viu?). Para começar, tomamos um delicioso pisco sour. Depois disso, pedimos um legítimo Pinot Noir de Casablanca, para sentir o que frutificava naquele lindo e poético caminho até Viña Del Mar, onde a maresia refrescava delicadamente as uvas.



O vinho era leve, suave, mas tinha corpo e um sabor espetacular. Acho que essa é a principal característica do Pinot Noir: ser encorpado, mas sem perder essa leveza. Os vinhos Pinot Noir costumam ser sensuais, pálidos e perfumadamente doces.



Essa uva é originária da França, mas uma das mais difíceis de se cultivar. Se adaptou bem à Itália (eu também me adaptaria muito bem lá, aliás), Nova Zelândia, Áustria, Austrália e Chile.
As três regiões em que se planta Pinot Noir no Chile são Casablanca, onde estávamos, Vale de Santo Antonio, ao sul de Valparaiso, e o Vale de Limarí. Casablanca já é consolidada, mas, segundo a Revista Adega, o Vale de Santo Antonio tem mostrado, talvez, os mais espetaculares Pinot Noir de toda a América do Sul. O Pinot Noir é justamente o contraponto do Cabernet Sauvignon da nossa escala de cepas, aquela que prometi e ainda postarei aqui.



Os 45 minutos de espera do nosso Pulmay se transformaram em duas horas e perdemos mais ainda a noção do tempo quando acabamos o vinho e o restaurante gentilmente nos ofereceu algumas bebidinhas, enquanto aguardávamos.
O Pulmay, apesar de atrasado, chegou na hora certa e veja que combinação inusitada: frutos do mar, linguiça e frango! Posso afirmar que estava delicioso.



A estada no Pescado Capital durou mais que o esperado, mas não queríamos que essa noite terminasse. Nossas horas regadas à Pinot Noir acabaram perfeitamente na beira do mar, com a benção da maresia, que veio nos dar um beijo de boa noite bem carinhoso no rosto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Primeiras rolhas e Viña Del Mar I

Apesar do destino ser a charmosa Viña Del Mar, estávamos tristes em deixar Santa Cruz e o Hotel Vendimia, com seu povo gentil.





Nossos atenciosos amigos nos indicaram um belo caminho: costeando o litoral. Agora, iríamos conhecer o Oceano Pacífico. Vendo aquelas águas lindas, azuis e revoltas batendo nos rochedos à beira-mar, me perguntei o porquê de ser chamado de Pacífico.



De um lado, as águas que chicoteavam as pedras, do outro, os lindos e intermináveis vinhedos de Casablanca. Ao fundo, se insinuava a Cordilheira dos Andes. Nessa noite, teríamos que provar um vinho que recebeu o beijo do mar e a benção da Cordilheira. Ah, com certeza.



Viña Del Mar é o balneário de luxo dos chilenos. Já Val-Paraíso é uma cidade portuária bastante suja. Ficamos horas até conseguir um hotel em Viña Del Mar. A nossa escolha foi unânime, o Hotel Oceanic, que fica na beira do mar, construído entre os rochedos.



Com certeza, teve a sua época de ouro, talvez em 1980, mas agora valia a pena pela localização. Abrir a janela de dar de cara com o mar não tem preço nem quarto com ar condicionado que pague.



Depois de chegar ao hotel, fomos caminhar na riviera chilena: feirinhas de artesanato com muita coisa colorida e cheia de conchinha.



Resolvemos iniciar os trabalhos da noite com um restaurante mexicano. Ali tomamos margaritas, mojitos e comemos uma deliciosa guacamole. É uma das minhas entradas favoritas. Mas a noite só estava começando. Ela continua no próximo post. ;)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A última noite no Valle de Colchagua

Para nos despedirmos do incrível lugar que é o Valle do Colchagua, no Chile, onde se localizam 30 vinícolas, das quais conhecemos 5 nesses dois dias, escolhemos o restaurante Aromas de Colchagua.



Esse restaurante fica a 3 km de Santa Cruz, onde estávamos hospedados, e tem um estilo colonial, com pratos típicos do Chile e também alguns da culinária peruana, o que é muito comum por lá.



Aliás, a localização geográfica aproxima e afasta chilenos e peruanos, como no caso da origem do nosso drinque favorito no Chile, cuja autoria é disputada por chilenos e peruanos.
O delicioso pisco sour é feito com um destilado de uvas que existe nos dois países. Uma das uvas que se pode utilizar para fazer esse aguardiente é a Moscatel. O destilado se chama pisco, que na língua dos incas significa “pássaro”. O drinque é feito com duas medidas de pisco, clara de ovo, suco de limão, açúcar e gelo picado. Sim, clara de ovo, repetiu o simpático garçom, diante da minha cara de assombro. Pisco sour teria, então, o significado de “voo do pássaro”, fazendo alusão à sensação que a bebida proporcionaria.
Tomamos nosso voo e já partimos para um legítimo Carmenére da Viu Manent, enquanto aguardávamos o ceviche e o salmão.







Serve-se como entrada típica da região alguns pães (quentinhos, macios, crocantes), manteiga e uma pasta de tomate chamada povere, que é deliciosamente simples.



O tempero e o modo de fazer das entradas dos restaurantes do Valle de Colchagua eram diferentes, notamos. Mas, em nenhum deles, comemos algum pão ruim, uma entradinha sem graça que fosse, nenhum pisco sour feito às pressas. Comemos e bebemos muito bem e fomos bem tratados de um modo geral.
Embora tenha criado a sua própria Ruta del Vino e tenha sido considerado a melhor região para vinhos em todo o mundo em 2005, no Valle de Colchagua, o turismo desenfreado ainda não chegou. Aqui você ainda pode encontrar a essência do lugar, que é bela demais.



Mais uma vez, tivemos uma refeição deliciosa. Nosso jantar estava fantástico, mas, tenho que dizer, que teve, assim, um gostinho de saudade.

Aromas de Colchagua
Camino Isla de Yáquil, Los Boldos s/n, Santa Cruz
(56-72) 821182
Chile