sexta-feira, 25 de junho de 2010

Desejo dias verdes e noites bordôs




A tierra del Malbec surgiu depois de várias cidades cobertas por vinhedos, como Lavalle e Costa Araújo. Esses caminhos são mais bonitos que a chegada em Mendoza. O cartão de visitas apresentou-se sujo demais para uma cidade turística.

Nesse caminho, descobrimos que minha sócia querida sabe fazer chimarrão com o carro em movimento. Ah, que prático. Aninha , agora ninguém segura a gente! Nossos dias serão verdes e nossas noites bordôs!

Estávamos no centro da capital argentina do vinho e o clima era de um balneário. Era verão, tudo bem, mas aquelas mesinhas e as pessoas com sorvetes, o comércio cheio de bugigangas e a confusão da cidade não harmonizavam com a cultura vinícola ou as outras cidades que conhecemos que produzem a bebida, como Montalcino, na Itália, Chateaunief-du-Pape, na França ou a brasileira Bento Gonçalves. Faltava o charme, com certeza. Mas, desejamos com força mudar totalmente de opinião quando conhecêssemos melhor Mendoza.

Não podíamos reclamar da falta de hotéis lá. Ao contrário de Córdoba, Mendoza tem muitos. Mas são velhos. O Ibis é o mais desorganizado que já vi e não tinha vaga. Acabamos ficando no feio por fora e confortável por dentro Cordon Del Plata. Ele tinha uma cortininha com anjinhos no box do banheiro que era muito fofa. Minha irmã me perguntou porque eu fotografo esses detalhes. Eu gosto.




Corremos para o centro, para comprar um novo GPS, já que a Chicca acha normal virar nos penhascos e nos levar ao meio do nada, mesmo que ele seja tão fofo como Copina. As tonterias do GPS nos guiaram também para o meio de uma tempestade na desértica Encom. Dois tornados nos rodeavam e o carro balançava. Olho no olho do furacão. Muita adrenalina para uma viagem de vinhos e vinhedos. O máximo da emoção que eu queria era ficar meio tontinha, bebendo um bom vinho.

Só que o centro estava fechado. Corremos ao shopping, faltando dois minutos para fechar. Aninha e eu enrolamos um vendedor, enquanto os meninos chegavam. Ele garantiu que aquele GPS tinha mapa da Argentina, Chile e Brasil. Se bobear, tinha até de toda a América do Sul. Já deu para ver quem enrolou quem, né?

Saímos da loja felizes e fomos comer no restaurante suspeito ao lado do hotel. Bem sujinho, mas era meia-noite e a gente tinha fome. As empanadas mendocinas estavam muito boas e também o amendrado (gelado com amêndoas), mas o prato principal estava seco. Deveria ser o adiantado da hora que estragou o filé milanesa napolitano. Bem, não importa: o Santa Julia Malbec 2009 foi a nossa redenção. Gostinho de cereja e um cheirinho sedutor. Santa Julia é uma marca da Família Zuccardi, uma das vinícolas mendocinas que fazem vinhos orgânicos. Em homenagem a ela, batizamos nosso super e novo GPS de Julia (rúlia). Também conseguimos o Wi-fi e pude mandar notícias para as filhotinhas.

A noite já é bordô, agora, só nos resta descansar, para curtir o dia novinho e verdinho em folha que já está chegando. E a Cordilheira dos Andes que vamos ver de perto logo cedo. Hasta mañana.

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