Mesmo apaixonada por Veneza, eu só casaria mesmo era com a Toscana. Não é verdade que devemos casar com quem não temos medo de envelhecer? Então, posso até me imaginar envelhecendo entre ciprestes e girassóis, tomando meu próprio vinho e fazendo o azeite de oliva para minhas bruschettas, que assariam todos os dias no forno a lenha da varanda. Uma casinha na toscana com chaminé e fumaça. É assim que imagino.
Não vimos nenhum girassol por lá. Era dezembro, o auge do inverno. Quando atravessamos os Montes Apeninos, a neve havia estado lá há pouco.
Chegando em Pisa, o tempo estava lindo. Minhas expectativas quanto a Torre eram baixíssimas. Mas na hora que você atravessa o portão e a torre simplesmente aparece na sua frente, é incrível. Não pensei que ela fosse provocar esse deslumbramento, mas caí de amores pela Torre de Pisa.
O tempo disponível na cidade era pequeno e tivemos que nos contentar com o Mc Donald’s. Comemos um sanduíche que também sonhava em ser realmente ali da Toscana. Uma adaptação da rede americana, para conquistar turistas, com queijo pecorino.
Para nos redimir, no jantar, tomamos um Chianti Villa Vistarenni. Vistarenni é um nome etrusco e deriva de "Fistarinne" - o nome de uma localidade pequena e fortificada da Toscana, que ainda existia no ano 1000. O Chianti é o vinho da Toscana, um dos mais famosos e comerciais da Itália, feito com as uvas Sangiovese. Esse exemplar Villa Vistareni tinha o aroma e sabor das cerejas maduras. Um vinho encorpado, mas não muito.
Tínhamos só mais um dia na Toscana. Não daria tempo de envelhecer por lá. Já de volta ao Brasil, estou tomando minhas providências. Vou fazer exercícios e ficar em forma. Vai que esse sonho se realize e eu não consiga colher minhas uvas e azeitonas, nem amassar o meu pãozinho, para assar no forno a lenha. Aí, sim, meu sonho na Toscana realmente terá virado fumaça.
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