Poucas coisas valem tanto na vida como uma família feliz em volta da mesa. Seja lá qual for a sua fé, que essas datas sirvam para reunir quem você ama e aumentar o banco de horas felizes da sua vida. Boa Páscoa!
Foto: Aline N. Petry.
domingo, 24 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Briga de galos na Toscana
Como suas cidades medievais e muralhadas, a região da toscana é cercada de lendas. A mais interessante delas talvez seja a que justifica um galo negro como símbolo do lugar. Conta que, em meados do século XVIII, as cidades de Siena e Firenze (Florença) disputavam territórios e, especialmente, a denominação dos vinhos Chianti. Para pôr fim a essa briga, elegeram uma prova que, finalmente, delimitaria as fronteiras.
A prova era simples: ao amanhecer, assim que o galo cantasse, o cavaleiro mais capacitado de cada cidade, montado no cavalo mais veloz, sairia em direção à outra. A fronteira seria exatamente onde os dois cavalheiros se encontrassem.
Cada cidade cuidou do seu despertador: o povo de Siena elegeu um galo bonito, jovem, bem nutrido e disposto, para cantar na alvorada. Já Firenze escolheu um galo negro, magro e mal alimentado. O galo de Firenze acordou mais cedo, pois ele tinha fome, e cantou antes do galo de Siena, fazendo com que o cavaleiro fiorentino tivesse boa vantagem.
Os dois cavaleiros se encontraram já bem perto de Siena e a cidade de Firenze conquistou um território maior que a vizinha. Dizem que essa disputa também levou para Firenze a exclusividade do nome Chianti. Como prova, basta olhar as garrafas e rótulos dos vinhos Chianti e reparar no bichinho vencedor. Como diriam os gaúchos, esse é galo.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Nem só os vinhos Chianti envelhecem melhor aqui
Mesmo apaixonada por Veneza, eu só casaria mesmo era com a Toscana. Não é verdade que devemos casar com quem não temos medo de envelhecer? Então, posso até me imaginar envelhecendo entre ciprestes e girassóis, tomando meu próprio vinho e fazendo o azeite de oliva para minhas bruschettas, que assariam todos os dias no forno a lenha da varanda. Uma casinha na toscana com chaminé e fumaça. É assim que imagino.
Não vimos nenhum girassol por lá. Era dezembro, o auge do inverno. Quando atravessamos os Montes Apeninos, a neve havia estado lá há pouco.
Chegando em Pisa, o tempo estava lindo. Minhas expectativas quanto a Torre eram baixíssimas. Mas na hora que você atravessa o portão e a torre simplesmente aparece na sua frente, é incrível. Não pensei que ela fosse provocar esse deslumbramento, mas caí de amores pela Torre de Pisa.
O tempo disponível na cidade era pequeno e tivemos que nos contentar com o Mc Donald’s. Comemos um sanduíche que também sonhava em ser realmente ali da Toscana. Uma adaptação da rede americana, para conquistar turistas, com queijo pecorino.
Para nos redimir, no jantar, tomamos um Chianti Villa Vistarenni. Vistarenni é um nome etrusco e deriva de "Fistarinne" - o nome de uma localidade pequena e fortificada da Toscana, que ainda existia no ano 1000. O Chianti é o vinho da Toscana, um dos mais famosos e comerciais da Itália, feito com as uvas Sangiovese. Esse exemplar Villa Vistareni tinha o aroma e sabor das cerejas maduras. Um vinho encorpado, mas não muito.
Tínhamos só mais um dia na Toscana. Não daria tempo de envelhecer por lá. Já de volta ao Brasil, estou tomando minhas providências. Vou fazer exercícios e ficar em forma. Vai que esse sonho se realize e eu não consiga colher minhas uvas e azeitonas, nem amassar o meu pãozinho, para assar no forno a lenha. Aí, sim, meu sonho na Toscana realmente terá virado fumaça.
Não vimos nenhum girassol por lá. Era dezembro, o auge do inverno. Quando atravessamos os Montes Apeninos, a neve havia estado lá há pouco.
Chegando em Pisa, o tempo estava lindo. Minhas expectativas quanto a Torre eram baixíssimas. Mas na hora que você atravessa o portão e a torre simplesmente aparece na sua frente, é incrível. Não pensei que ela fosse provocar esse deslumbramento, mas caí de amores pela Torre de Pisa.
O tempo disponível na cidade era pequeno e tivemos que nos contentar com o Mc Donald’s. Comemos um sanduíche que também sonhava em ser realmente ali da Toscana. Uma adaptação da rede americana, para conquistar turistas, com queijo pecorino.
Para nos redimir, no jantar, tomamos um Chianti Villa Vistarenni. Vistarenni é um nome etrusco e deriva de "Fistarinne" - o nome de uma localidade pequena e fortificada da Toscana, que ainda existia no ano 1000. O Chianti é o vinho da Toscana, um dos mais famosos e comerciais da Itália, feito com as uvas Sangiovese. Esse exemplar Villa Vistareni tinha o aroma e sabor das cerejas maduras. Um vinho encorpado, mas não muito.
Tínhamos só mais um dia na Toscana. Não daria tempo de envelhecer por lá. Já de volta ao Brasil, estou tomando minhas providências. Vou fazer exercícios e ficar em forma. Vai que esse sonho se realize e eu não consiga colher minhas uvas e azeitonas, nem amassar o meu pãozinho, para assar no forno a lenha. Aí, sim, meu sonho na Toscana realmente terá virado fumaça.
domingo, 3 de abril de 2011
Gôndolas e goles de Veneza
Quando eu era criança, achava que o lugar mais romântico do mundo fosse Veneza. Meu sonho era conhecer o conjunto de ilhas (são 118!) e passear naquelas gôndolas com um gondoleiro cantando aquelas músicas italianas da propaganda do Cornetto.
Cresci e conheci um pouquinho da Itália. Foi aí que me apresentaram a Toscana, em 2006, e a paixão pela então desconhecida Veneza ficou pra trás. Mas não por muito tempo: fomos apresentados oficialmente a Veneza em dezembro passado e fiquei encantadíssima pela cidade mais emocional e líquida da Itália.
Veneza é famosa pelos seus cristais e não poderíamos deixar de ir até uma fábrica, ver como acontece o sopro. Saímos de lá com copos de espumante. Nada combinaria mais com Veneza do que a celebração.
Tenho certeza que foi o dia mais frio da viagem e, além de comprar cristais, nos jogamos nas lojas de botas, cachecóis e luvas. O termômetro marcava menos 8 graus e não pudemos aproveitar o suficiente da Praça São Marcos, Basílica e Palácio Ducal.
Em compensação, tomamos um delicioso capuccino numa cafeteria e caprichamos no almoço, que foi a melhor e mais deliciada comida da viagem. Fomos fartamente servidos de uma pasta de frutos do mar com aquele molhinho feito com tomates tão docinhos que aí, sim, se justifica chamar de fruta, penne Nero, que é massa com tinta de lula, muito tradicional em Veneza e, se você não se assustar com a aparência do prato, vai amar essa iguaria! A cereja do bolo foi o Tiramisú, feito com um café espetacular, vinho e mascarpone.
Para finalizar, realizei o sonho de infância: andei de gôndola com meu amor, minhas filhotinhas e um gondoleiro que cantou todas as canções italianas mais clichês de todos os tempos. Ah, mas um clichê na hora certa tem o seu valor. Cantei todinhas, faceira no sol, embalada pelo balanço da gôndola.
Ah, e a rolha de Veneza, qual foi? Como a especialidade do lugar é um espumante branco feito nas colinas da região do Vêneto, trouxe as taças para casa e pensei que um dia talvez voltasse a esse lugar incrível, para buscar a bebida. Aliás, isso pra mim é líquido e certo.
Cresci e conheci um pouquinho da Itália. Foi aí que me apresentaram a Toscana, em 2006, e a paixão pela então desconhecida Veneza ficou pra trás. Mas não por muito tempo: fomos apresentados oficialmente a Veneza em dezembro passado e fiquei encantadíssima pela cidade mais emocional e líquida da Itália.
Veneza é famosa pelos seus cristais e não poderíamos deixar de ir até uma fábrica, ver como acontece o sopro. Saímos de lá com copos de espumante. Nada combinaria mais com Veneza do que a celebração.
Tenho certeza que foi o dia mais frio da viagem e, além de comprar cristais, nos jogamos nas lojas de botas, cachecóis e luvas. O termômetro marcava menos 8 graus e não pudemos aproveitar o suficiente da Praça São Marcos, Basílica e Palácio Ducal.
Em compensação, tomamos um delicioso capuccino numa cafeteria e caprichamos no almoço, que foi a melhor e mais deliciada comida da viagem. Fomos fartamente servidos de uma pasta de frutos do mar com aquele molhinho feito com tomates tão docinhos que aí, sim, se justifica chamar de fruta, penne Nero, que é massa com tinta de lula, muito tradicional em Veneza e, se você não se assustar com a aparência do prato, vai amar essa iguaria! A cereja do bolo foi o Tiramisú, feito com um café espetacular, vinho e mascarpone.
Para finalizar, realizei o sonho de infância: andei de gôndola com meu amor, minhas filhotinhas e um gondoleiro que cantou todas as canções italianas mais clichês de todos os tempos. Ah, mas um clichê na hora certa tem o seu valor. Cantei todinhas, faceira no sol, embalada pelo balanço da gôndola.
Ah, e a rolha de Veneza, qual foi? Como a especialidade do lugar é um espumante branco feito nas colinas da região do Vêneto, trouxe as taças para casa e pensei que um dia talvez voltasse a esse lugar incrível, para buscar a bebida. Aliás, isso pra mim é líquido e certo.
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