Em 2007, o Natal foi comemorado aqui em casa. A família reuniu-se em torno de uma mesa decorada, com toalha de estrelas, luzinhas coloridas, guardanapos dourados, folhinhas de cipreste e hortênsias. Tudo regado a uma novidade por aqui: espumante moscatel. Compramos várias garrafas de Terra Nova Moscatel e o encontro de família teve gostinho de uva verde e muitas risadas. Os marcadores de taças com pedrinhas coloridas tilintavam em todos os lados da sala.
Neste ano, minhas irmãs e eu nos reunimos na casa dos meus pais, para celebrar a data natalina. Combinamos de levar muita moscatel para a Ceia. Compramos garrafas da Salton, minha irmã contribuiu com a Moscatel da Garibaldi e a mami também comprou ótimos exemplares da bebida. Meu cunhado acabou levando demi-secs, que também foram servidos e apreciados com os outros, antes e durante a Ceia de Natal. Mas, bem, só entre nós, não é a mesma coisa. Só o espumante moscatel tem aquele gostinho fresco de uva verde, com um leve cítrico no final.
Tender com calda de abacaxi, peru bem suculento com farofa de castanha e filés ao molho madeira e molho de nata. A ceia estava maravilhosa e talvez até combinasse com outros vinhos. Pra nós, o espírito de Natal combina com o carinho, a generosidade e o adocicado da uva moscatel. Talvez por isso, o momento mais engraçado foi a abertura dos presentes. Meu cunhado recebeu um Moscatel Premium da Valduga. Ele nos olhou e disse, como se tivesse adivinhado o pensamento: Comigo, vocês erraram o pulo. Esse não vai pra geladeira agora.
Bem, então, ele também sabe que só um Moscatel é um Moscatel. Os outros são meio, demi, assim.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Não deixe o lambrusco morrer
Hoje estive na casa de vinhos aqui da cidade, para comprar um vinho lambrusco. As garrafas estão sempre na mesma posição. Sempre tenho a impressão de que apenas eu compro essa bebida nessa loja. Você sabe o que é, né? Eu conheci há algum tempo, quando aprendi a fazer sangria. Essa é uma bebida tipicamente espanhola, mas tomamos muita sangria em Portugal.
A sangria que me ensinaram é feita com frutas (laranja, maçã, limão), suco de laranja, casca da laranja, de limão e lambrusco (que nada mais é do que vinho frisante). Eu uso o tinto. Coloca-se todos os ingredientes numa jarra, acrescentando uma rama de canela (de preferência bem grande, para poder mexer a bebida com ela, fica chique) e deixa-se macerar por duas horas na geladeira. Antes de servir em charmosas tacinhas, acrescenta-se uma latinha de tônica, para dar aquela levantada. Se achar necessário, acrescentar açúcar. Sangria é ideal para acompanhar noites quentes e gente animada.
Então, pensando na delícia que é a sangria, não achei possível que ninguém mais comprasse e resolvi tirar essa má impressão que me perseguia sempre que eu entrava na loja. Perguntei: muita gente compra vinhoAcrescente pêssegos ou moranguinho, hum. lambrusco? Ele respondeu, com carregado sotaque alemão: ach, isso ninguém compra.
Voltei decidida à prateleira e peguei mais duas garrafas. Assim, voltei com o pacote triplo nos braços, bem abraçadinha a minha causa, humpf.
A sangria que me ensinaram é feita com frutas (laranja, maçã, limão), suco de laranja, casca da laranja, de limão e lambrusco (que nada mais é do que vinho frisante). Eu uso o tinto. Coloca-se todos os ingredientes numa jarra, acrescentando uma rama de canela (de preferência bem grande, para poder mexer a bebida com ela, fica chique) e deixa-se macerar por duas horas na geladeira. Antes de servir em charmosas tacinhas, acrescenta-se uma latinha de tônica, para dar aquela levantada. Se achar necessário, acrescentar açúcar. Sangria é ideal para acompanhar noites quentes e gente animada.
Então, pensando na delícia que é a sangria, não achei possível que ninguém mais comprasse e resolvi tirar essa má impressão que me perseguia sempre que eu entrava na loja. Perguntei: muita gente compra vinhoAcrescente pêssegos ou moranguinho, hum. lambrusco? Ele respondeu, com carregado sotaque alemão: ach, isso ninguém compra.
Voltei decidida à prateleira e peguei mais duas garrafas. Assim, voltei com o pacote triplo nos braços, bem abraçadinha a minha causa, humpf.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
primeiro contato com o vinho
Sabe uma pessoa que você lembra e sorri? Eu lembro sorrindo do meu avô, Otto. A sua doce lembrança arranca muita ternura de mim. Ele e a vó moravam em um lugar quase mágico para uma criança pequena, cercado de árvores e parreirais. Das uvas simples, ele fazia suco e o vinho dele. Simples também. O vô nos levava para ver as uvas, as galinhas, os outros animais. E, quando a gente voltava do passeio comia o mel no favo. Comia uva. E o vô tomava seu vinho. Puxa, ele era tão feliz. Apesar de às vezes a vó testar a sua infinita paciência com bastante dedicação. Ele continuava feliz, não ligava. E fazia a gente feliz, enquanto tomava um pouco do seu vinho. Com cheirinho de uvas, dos doces parreiras. Meu vô era de uma safra especial, eu sei.
primeiras rolhas, primeiras palavras
Abri o armário e peguei o envelope amarelo do remédio digestivo, sabor abacaxi. Enquanto ele desmancha no copo cheio de água, eu coloco água na hera que está no vaso provençal. Eu suspiro: quantos desses teremos que levar para o Chile? Serão poucos dias lá, mas vi imagens de comidas e vinhos incríveis que quero simplesmente provar tudo. E contar em detalhes também. A viagem inspirou esse blog. O vinho inspirou a viagem.
Espero que você, que está lendo, inspire-se também.
Espero que você, que está lendo, inspire-se também.
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