Tirei do armário o blusão bordô e não tive dúvidas: a
noite de ontem pedia um vinho tinto. E já tinha definido que não seria
qualquer um, mas um carmenére da gema: um legítimo chileno, claro.
Adoro o terroir do Vale do Colchagua, um lugar querido
de vinícolas chilenas e francesas também, que fica no meio desse vale, que
um dia não tão distante já abrigou tribos indígenas.
Entramos no restaurante e fomos para a nossa mesa
favorita. Acompanhei o garçom e fui escolher o vinho. Estavam alinhadinhos
ali todos os exemplares carmenére. Passei os olhos pela Casa Lapostolle,
pela Montes e Santa Helena. Quando vi Caliterra, estendi a mão e entreguei ao garçom. Ele confirmou: um grande vinho.
Aberta a garrafa e mostrada a rolha, colocado o
líquido na taça e provado, todo ritual feito, como deve ser, o Caliterra
mostrou-se. Uma beleza de tinto aromático de frutas vermelhas, com corpo
mediano e uma delicada acidez que valorizou o terroir.
Certamente, mais uma vinícola para se visitar no
Chile. Um convite para vestir novamente o pullover bordô e subir a Cordilheira
gelada para se aquecer com tintos do Colchagua.